Esta história começa em 1950, quando Jacy, patriarca da família Boechat, iniciou seus trabalhos com o cultivo do café na cidade de Ocauçu (SP).
No início dos anos 1980, seu filho, Ary, e neto, Paulo, adquirem uma pequena propriedade em um distrito chamado Nova Columbia, próximo a Garça (SP). A lavoura de café arábica da fazenda foi formada com mudas de viveiro próprio, a partir de sementes germinadas por Ary.
Ao longo dos anos 1990, toda a família passou a morar na sede da fazenda, onde permaneceu por 10 anos. Os bisnetos de Jacy puderam desfrutar nesse período da construção de uma forte relação com a natureza, cujos laços foram também fortalecidos pelo cultivo do café.
Ao longo dos anos, as crianças e as lavouras cresceram. Atualmente, o bisneto mais jovem, José Olavo, dá continuidade ao cultivo, profissionaliza a lavoura e amplia suas possibilidades. O Garça Armazéns é um dos resultados de seu trabalho.
O café é a principal produção agrícola do município de Garça. Isso se deve à história da região. Em 1916, uma caravana de 20 pessoas explorava a terra virgem no interior de São Paulo. Seguindo o afluente do Rio do Peixe, mais tarde nomeado de Ribeirão da Garça, instalaram-se as primeiras comunidades. A primeira fazenda de café surgiu em 1920. Em 1924, Labieno da Costa Machado fundou o distrito de Campos Novos, que mais tarde se tornaria a cidade de Garça.
Os cafezais são cenário comum na área rural garcense. Metade das lavouras de café são de pequenos proprietários. Das 840 fazendas da região, 455 produzem o fruto. Soma-se 12047 hectares de lavoura de café.
Entre o final do século XIX e início do XX, muitos imigrantes chegaram ao Brasil por conta das políticas migratórias brasileiras e da crise na Europa durante e após as duas grandes guerras. O caminho para todos era muito parecido: os imigrantes entravam pelo porto de Santos, iam para a Hospedaria de Imigrantes, em São Paulo, e depois eram encaminhados para um trabalho. A maioria era direcionada às fazendas de café.
Ainda que fosse prioridade, a vida dos imigrantes não se resumia às lavouras. No campo, os trabalhadores mantinham suas tradições, também por meio do lazer. Era comum encontrar uma fazenda com escola e teatro. Apesar do labor no café ser muito duro, reduzindo o tempo livre e fisicamente exaustivo, os estrangeiros e suas família não abriram mão de seus costumes.
Essa trajetória é conhecida por muitos descendentes de imigrantes no Brasil, especialmente no Estado de São Paulo, onde se localiza a cidade de Garça.
O café sempre foi uma parte da vida dos garcenses, seja na produção de cafés especiais, ou no dia a dia de cada pessoa.